quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aos poucos o inesquecivel parecia distante, como se todas as lágrimas derrubadas tivessem sido em vão e todos os apelos tivessem sido inúteis.

Não deveria acabar assim, do nada... não deveria ser apenas... superavel...

No final nunca será, as cicatrizes seram sempre memórias vividas daquilo que deveria ter morrido.

Apenas outro epitáfio anônimo...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O corre-corre apressado de mais uma manhã fria e nublada, entro no ônibus, me comprimo entre as pessoas, pago meu dizimo ao cobrador, me comprimo mais pouco, rastejo até a porta, espero pacientemente meu ponto... Ainda vai demorar, é o 5º ponto, mas é melhor ficar de prontidão perto da porta.
Na busca por alguma figura interessante, algo pra fitar na viagem, os olhos se cruzam... "você estava mesmo olhando pra mim?"... O dialogo é nulo, um monólogo ingênuo dentro da minha mente. Desvio o olhar, olho pra baixo, olho de novo... Ainda sou observado. Um sorriso sutil se abre... Assim como a porta. O ônibus para, ela sai... Eu fico.
Cada um no seu caminho, ambos perdidos no frio solitário da cidade grande.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Eu mesmo, Coração de Lobo

Eu mesmo em ações, amor ao vermelho e ao preto, mas acabei descobrindo um pouco de outras cores na minha vida. Cobiçando o nome e a imagem... nunca pensava duas vezes, ou então acabava pensando demais... querer mais um pequeno furo mas com vontade de mais um talho. Viver querendo o nada, escuro e profundo.
Ainda via um pouco de coragem em mim, o que restou do coração de um lobo, um lobo solitário.
Era tudo e o nada, amigos meus, do vento da manhã nasciam as palavras e das profundezas do pensar traçavam-se as linhas de tinta. Era uma pontada de inveja, eram coisas e mais coisas que a fumaça levou, era uma musica triste, era uma só lágrima, era um rio de desespero, era um abraço apertado, um beijo sufocado, era a compulsão do querer, era... era acima de tudo.... tentar...
.... esquecer o inesquecivel.

~Sangue de Lobo

terça-feira, 29 de março de 2011

Um grito do mais cru desespero era a unica coisa que me contentava naquele pico de insanidade. Sentia prazer ao ouvir aqui, carne rasgando, sangue escorrendo, a lamina fria na carne quente, é só uma situação hipotética...

vamos tentar?...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Algum lugar entre o som e a palavra

A trilha de tijolos amarelos levava não só até o mundo fantástico dos delírios distantes de uma mente verdejante, de Lyman Frank Baum, mas também a um mundo harmônico e igualmente fantástico. O sintetizador gritava sons majestosos em uma viagem com o final marcado para os 43 minutos. A música encaixava como um coração novo nas cenas do clássico filme The Wizard of Oz, de 1939, num fenômeno conhecido por The Dark Side of the Rainbow.

E o que dizer da épica batalha nas planícies incendiadas que serviam de jardins à Cidade Murada ou o trajeto solitário do Mago Cinzento pela árida Terra Média, cenários recriados nos mais belos acordes já vistos na história da música? Tudo isso saindo de uma Gibson 12 cordas de outro mago, fazendo o que mais se aproxima da magia antiga nos tempos modernos... A música.

Alguns delírios infantis, criados e imortalizados por mentes adultas, são reinterpretados pelas notas sinuosas de espíritos eternamente jovens.

Esse é o lugar...

sábado, 14 de agosto de 2010

Diário de Vida.

Os Momentos não tinham gosto.
Olhava para o fundo empoeirado da minha alma, não, nunca mais serei o mesmo.

As alegrias eram feitas de ébano.
Minha pena nada mais riscava, nem minhas linhas tortas nem palavras meigas.

Das boas companhias me afastava.
Pois me apegara demais às almas livres, mesmo sabendo que elas voavam alto.

Não mais sonhava.
Pois devorara minhas asas... Seguia sagrando, me arrastando pelas planícies devastadas, onde nem os pássaros cantavam mais.

Minhas expectativas viravam cinzas... Elas se espalhavam, choviam... E por dentro, eu chorava. Como se tudo fosse planejado desde o inicio só havia me restado uma triste rosa vermelha.

Da tristeza do olhar, lembrava das cartas amareladas e mentirosas, gotejadas de saudade. A saudade substituía minha sanidade, desprovida de julgamentos e promessas.

Minhas promessas quebradas, meus soluçosos devaneios, não sobraram mais do que abraços partidos. Cicatrizes abertas que para sempre sangram.

A vida dava voltas, mas sempre parava no mesmo lugar...
Guardava os desencantos naquele solitário caderno vermelho.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Lua

No escuro desestrelado só a lua brilhava; o chacoalhar das altas arvores, o uivo dos filhos da noite... Só isso nas sombras da mata escura. Sentia-me acuado pela beleza do vazio, aquele vazio tão completo, o tempo parado naquele mar de silêncio quase acolhedor. Os vultos da noite traiam o olhar e macabro era o vento da solidão, falsa solidão, tinha eu a lua de amante.

Lá, de nada valia o conhecimento, nas profundezas do pensamento, só valia o instinto, que é claro sempre te abandona... e assim morria, a luz na sombra, só versos tortos mesclados com os lamentos dos lobos, tão amados quanto o ódio dos homens.