sábado, 14 de agosto de 2010

Diário de Vida.

Os Momentos não tinham gosto.
Olhava para o fundo empoeirado da minha alma, não, nunca mais serei o mesmo.

As alegrias eram feitas de ébano.
Minha pena nada mais riscava, nem minhas linhas tortas nem palavras meigas.

Das boas companhias me afastava.
Pois me apegara demais às almas livres, mesmo sabendo que elas voavam alto.

Não mais sonhava.
Pois devorara minhas asas... Seguia sagrando, me arrastando pelas planícies devastadas, onde nem os pássaros cantavam mais.

Minhas expectativas viravam cinzas... Elas se espalhavam, choviam... E por dentro, eu chorava. Como se tudo fosse planejado desde o inicio só havia me restado uma triste rosa vermelha.

Da tristeza do olhar, lembrava das cartas amareladas e mentirosas, gotejadas de saudade. A saudade substituía minha sanidade, desprovida de julgamentos e promessas.

Minhas promessas quebradas, meus soluçosos devaneios, não sobraram mais do que abraços partidos. Cicatrizes abertas que para sempre sangram.

A vida dava voltas, mas sempre parava no mesmo lugar...
Guardava os desencantos naquele solitário caderno vermelho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário