domingo, 20 de junho de 2010

No fundo, no escuro, meus pensamentos conspiravam, nutriam a indiferença ao me fazer arquitetar o próximo passo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Contos da Lareira

Tremulavam as chamas quentes, consumindo a madeira seca que reclamava ao queimar, como se ainda houvesse chance de que seus protestos fossem ouvidos. Era essa chacina que aquecia o gélido quarto em que eu me encontrava. Talvez fosse a escuridão aconchegante daquele piso de madeira antigo, sujo e já sem verniz que me deixava mais tranqüilo. Mas um gole seco do whisky diluído no copo com gelo, só para complementar o aquecimento do fogo. Nem os tragos nem as baforas resolviam mais, viviam novamente a consolar-me com seus abraços gentis, mas não me faziam esquecer... O erro de ter lembrado de acender a lareira, pois melhor seria morrer de frio.
A vida parecia fazer mais sentido quando você deixava de ser apenas um espectador, o problema é que naquele momento eu nada era, senão um corpo inerte se aquecendo nas próprias lembranças. O whisky secou, não me saciou, os cigarros acabaram, e me matavam lentamente... Porém não mais do que minha mente, ardilosa e peçonhenta... Restou-me deitar no chão frio e esperar as chamas virarem brasas, e depois virarem cinzas... Quem sabe algo melhor nascesse delas.