quarta-feira, 21 de julho de 2010

Lua

No escuro desestrelado só a lua brilhava; o chacoalhar das altas arvores, o uivo dos filhos da noite... Só isso nas sombras da mata escura. Sentia-me acuado pela beleza do vazio, aquele vazio tão completo, o tempo parado naquele mar de silêncio quase acolhedor. Os vultos da noite traiam o olhar e macabro era o vento da solidão, falsa solidão, tinha eu a lua de amante.

Lá, de nada valia o conhecimento, nas profundezas do pensamento, só valia o instinto, que é claro sempre te abandona... e assim morria, a luz na sombra, só versos tortos mesclados com os lamentos dos lobos, tão amados quanto o ódio dos homens.

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