quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vultos do sonhar

Uma espécie de terma, vapor de água flutuando suavemente no ar, enevoando a vista, mas não plenamente, não a ponto de impedir a vista das paredes opostas. Uma luz forte, quase angelical ilumina os azulejos de cor verde escura. Sua fonte é desconhecida, deve vir de alguma abertura no teto alto, sombrio.
Depois de me prender tantos aos detalhes que me rodeiam percebo uma presença sedutora, sorrateira por perto. Os olhos percorrem agilmente o local, e não demoram muito para se depararem com uma figura feminina, no outro extremo da terma. Seu rosto, apesar de confuso em meio á névoa aparenta ser possuidor de grande beleza, com cabelos molhados que não passam do ombro, de uma cor escura, quase preta. Um vestido de seda azul, levemente esverdeado cobre seu corpo úmido e pálido, num tom realmente fantasmagórico.
A musa da terma fica dando voltas até achar um lugar para se sentar. O vestido esvoaçante, mas não muito, devida á umidade que pesa sobre a seda suave. Ela senta num banco recoberto com azulejos, trazendo o pé descalço para perto do busto e assim começa a massagear a perna cansada, na esperança de relaxa os músculos de existência duvidosa.
Acordo suavemente, porém um pouco incomodado... Já é a quarta noite seguida que eu tenho esse sonho... Recosto a cabeça, fecho os olhos e finalmente durmo... Durmo em branco, mais uma vez

2 comentários:

  1. Esse estado letárgico é sensacional. Sua descrição, da forma como é feita, traz a idéia de que o narrador está numa espécie de transe (o sonho). Além de ser uma descrição lindamente delicada. Essa ideia da epifania do sonho... que uma vez aparecida, te deixa em branco... Muito bom.^^

    ResponderExcluir
  2. Nada perturba mais que um looping de sonhos.
    Algo não resolvido ou simplesmente não compreendido?
    Os elementos são menos aleatórios do que pensas. Você acredita que desconhece, apenas.

    Mas talvez você não vá entender mesmo, afinal. Você apenas observa.

    ResponderExcluir